Décio Sá » Blog Archive » Sarney, o golpismo e o linchamento do Nordeste: "Sarney, o golpismo e o linchamento do Nordeste
Dom, 19/07/09
por Décio Sá |
categoria Política Nacional
Por Walter Santos*
sarney-1800709.jpgA onda interminável de super exposição do linchamento moral, não só do presidente do Senado, José Sarney, mas do Senado e Câmara Federal como instituições democráticas, tem muito mais do que jornalismo puro por trás de uma estratégia sórdida engendrada para alijar de vez atuais lideres do processo político nacional, muitos deles de origem nordestina.
Mesmo admitindo o registro de atos absurdos e inaceitáveis na estrutura gestora de áreas do Congresso Nacional, fruto de heranças hoje em fase de correção, cada vez mais parece se consolidar o sentimento frio do golpismo que, só não mais se alastra da esfera civil para a militar porque a própria Ditadura lá atrás criou mecanismo de sufocamento legal desse antigo hábito nacional.
Foi o cearense Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco que, talvez, temendo ser vitima do golpismo comum até a sua ascensão na Presidência, adotou como regra o revezamento em postos e lugares de exercício militar dos lideres nas Armas que compõem as Forças Armadas fulminando daí em diante a ‘fábrica’ de golpistas.
Não fosse esse mecanismo, certamente já teríamos terreno fértil para a elaboração de levantes, revoltas ou coisas do gênero nos quartéis, porque a desmoralização das instâncias democráticas do País parece servir também a esse pretexto inaceitável do passado nos tempos atuais.
Desde a redemocratização, é fácil de atestar vários momentos de crise no Senado ou Câmara Federal que, obstante casos de desvios a merecer punição rigorosa com até perda de mandatos, buscam apear figuras políticas sem que se afaste do cenário o notório preconceito pelo que representam.
O senador paraibano Humberto Lucena (in memorian), duas vezes presidente do Congresso Nacional, companheiro firme e leal do líder Ulisses Guimarães no enfrentamento à repressão militar, foi o primeiro da lista do linchamento de setores da mídia. Acusado de nepotista e sempre tratado preconceituosamente pela Grande Imprensa por não ter cedido a caprichos da mídia, morreu como classe média, mas até hoje ninguém pagou pelo crime de linchá-lo até seus últimos dias sem nada que desabonasse sua honra.
O alagoano Renan Calheiros entrou, na sequência, na lista do linchamento desmedido e forçoso na busca de estabelecer no imaginário nacional um sentimento de repulsa às lideranças com esse DNA Nordeste, algo facilmente atestado em qualquer conversa de família no Sudeste e, sobretudo, do Sul do Pais.
Ultimamente, desde semanas continuadas, o alvo se volta contra o senador maranhense José Sarney – um dos últimos remanescentes das gerações passadas de perfil conservador, mas, no seu caso, de contribuição inegável dada ao processo de redemocratização nacional com atitudes firmes implodindo o mesmo sentimento golpista dos corvos do Poder – condições essas ignoradas de propósito pelo mal.
A rigor, Sarney empresta – se à resistência no front de uma grande estratégia que, a despeito do momento econômico brasileiro de resultados extraordinários, tem como meta prioritária apear o maior dos alvos, muitas vezes tentado, que é o pernambucano presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o que ele representa na direção de 2010.
Em todo cenário contemporâneo, o combustível sinistro e frio como a lâmina de punhal, está no preconceito contra Nordestinos, invariavelmente ascendentes pela competência de superar adversidades, de há muito gerando esteriótipos caricaturados entre muita gente do clima temperado do Sudeste e Sul do Pais, através da super-exposição da má imagem da classe política.
É evidente que ninguém de bom senso admitirá a prevalência de maus políticos no exercício parlamentar ou administrativo de qualquer que seja a origem, mas ‘esteriotipar’ o sentimento de que político ruim tem origem no Nordeste é conceito inadmissível porque agente público de má qualidade tem em todos os Estados e regiões, por isso jamais se aceitará essa ‘onda nefasta e sutil’ contra nordestinos.
Aliás, o Brasil maduro na condução de sua democracia consolidada tem mais é que cuidar da integração nacional abolindo os personagens espúrios para vingar a presença de quem tem muito ainda para fazer pelo pais, a partir da própria classe política onde nela pontificam gente boa de todas as regiões, entre elas do Nordeste – celeiro inesgotável de talentos.
Walter Santos é jornalista, diretor executivo do Grupo WSCOM - empresa pioneira no jornalismo na WEB a partir da Paraiba e responsável pela Revista NORDESTE, importante publicação circulando nas 9 capitais da região, Rio, São Paulo e Brasília. Leia o artigo também aqui."
Dom, 19/07/09
por Décio Sá |
categoria Política Nacional
Por Walter Santos*
sarney-1800709.jpgA onda interminável de super exposição do linchamento moral, não só do presidente do Senado, José Sarney, mas do Senado e Câmara Federal como instituições democráticas, tem muito mais do que jornalismo puro por trás de uma estratégia sórdida engendrada para alijar de vez atuais lideres do processo político nacional, muitos deles de origem nordestina.
Mesmo admitindo o registro de atos absurdos e inaceitáveis na estrutura gestora de áreas do Congresso Nacional, fruto de heranças hoje em fase de correção, cada vez mais parece se consolidar o sentimento frio do golpismo que, só não mais se alastra da esfera civil para a militar porque a própria Ditadura lá atrás criou mecanismo de sufocamento legal desse antigo hábito nacional.
Foi o cearense Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco que, talvez, temendo ser vitima do golpismo comum até a sua ascensão na Presidência, adotou como regra o revezamento em postos e lugares de exercício militar dos lideres nas Armas que compõem as Forças Armadas fulminando daí em diante a ‘fábrica’ de golpistas.
Não fosse esse mecanismo, certamente já teríamos terreno fértil para a elaboração de levantes, revoltas ou coisas do gênero nos quartéis, porque a desmoralização das instâncias democráticas do País parece servir também a esse pretexto inaceitável do passado nos tempos atuais.
Desde a redemocratização, é fácil de atestar vários momentos de crise no Senado ou Câmara Federal que, obstante casos de desvios a merecer punição rigorosa com até perda de mandatos, buscam apear figuras políticas sem que se afaste do cenário o notório preconceito pelo que representam.
O senador paraibano Humberto Lucena (in memorian), duas vezes presidente do Congresso Nacional, companheiro firme e leal do líder Ulisses Guimarães no enfrentamento à repressão militar, foi o primeiro da lista do linchamento de setores da mídia. Acusado de nepotista e sempre tratado preconceituosamente pela Grande Imprensa por não ter cedido a caprichos da mídia, morreu como classe média, mas até hoje ninguém pagou pelo crime de linchá-lo até seus últimos dias sem nada que desabonasse sua honra.
O alagoano Renan Calheiros entrou, na sequência, na lista do linchamento desmedido e forçoso na busca de estabelecer no imaginário nacional um sentimento de repulsa às lideranças com esse DNA Nordeste, algo facilmente atestado em qualquer conversa de família no Sudeste e, sobretudo, do Sul do Pais.
Ultimamente, desde semanas continuadas, o alvo se volta contra o senador maranhense José Sarney – um dos últimos remanescentes das gerações passadas de perfil conservador, mas, no seu caso, de contribuição inegável dada ao processo de redemocratização nacional com atitudes firmes implodindo o mesmo sentimento golpista dos corvos do Poder – condições essas ignoradas de propósito pelo mal.
A rigor, Sarney empresta – se à resistência no front de uma grande estratégia que, a despeito do momento econômico brasileiro de resultados extraordinários, tem como meta prioritária apear o maior dos alvos, muitas vezes tentado, que é o pernambucano presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o que ele representa na direção de 2010.
Em todo cenário contemporâneo, o combustível sinistro e frio como a lâmina de punhal, está no preconceito contra Nordestinos, invariavelmente ascendentes pela competência de superar adversidades, de há muito gerando esteriótipos caricaturados entre muita gente do clima temperado do Sudeste e Sul do Pais, através da super-exposição da má imagem da classe política.
É evidente que ninguém de bom senso admitirá a prevalência de maus políticos no exercício parlamentar ou administrativo de qualquer que seja a origem, mas ‘esteriotipar’ o sentimento de que político ruim tem origem no Nordeste é conceito inadmissível porque agente público de má qualidade tem em todos os Estados e regiões, por isso jamais se aceitará essa ‘onda nefasta e sutil’ contra nordestinos.
Aliás, o Brasil maduro na condução de sua democracia consolidada tem mais é que cuidar da integração nacional abolindo os personagens espúrios para vingar a presença de quem tem muito ainda para fazer pelo pais, a partir da própria classe política onde nela pontificam gente boa de todas as regiões, entre elas do Nordeste – celeiro inesgotável de talentos.
Walter Santos é jornalista, diretor executivo do Grupo WSCOM - empresa pioneira no jornalismo na WEB a partir da Paraiba e responsável pela Revista NORDESTE, importante publicação circulando nas 9 capitais da região, Rio, São Paulo e Brasília. Leia o artigo também aqui."
Comentários
Postar um comentário
Comentando os Fatos, uma nova forma de divulgar conteúdo com credibilidade. Nosso compromisso é divulgar informações diferenciadas, com checagem, apuração e seriedade.
Aqui oferecemos aquele algo mais que ainda não foi dito, ou mostrado.