Com oitenta anos de idade, 52 deles passados lado a lado com a política, o parlamentar mais antigo em atividade no Congresso Nacional aproveitou a manhã de ontem para fazer uma retrospectiva da carreira. “É grande a emoção de visitar O Imparcial e ver o quanto ele se transformou, cresceu e se consolidou. Para mim que trabalhei, aqui comecei minha vida, é um jornal pelo qual eu tenho uma razão sentimental muito grande”, declarou Sarney.
O senador pôs os olhos no passado e observou desde o acervo histórico do jornal à placa com nome de alguns profissionais da época em que O Imparcial funcionava no antigo prédio na Rua Pacotilha. “É sempre um instante da gente por os olhos no passado, não somente dentro da casa que teve, mas nos companheiros do nosso tempo”, disse o presidente do Senado.
Sem tocar em questões políticas ou fazer avaliações do cenário maranhense, o senador evitou comentar a recente decisão da corte eleitoral do estado sobre a Lei do Ficha Limpa. Homem da literatura, membro da Academia Brasileira de Letras desde 1980, o escritor Sarney, autor de contos, crônicas e romances como “O Dono do Mar”, restringiu-se a rememorar histórias vividas durante o exercício do jornalismo, sua porta para a política.
Pedro Freire, diretor-presidente dos Diários Associados no Maranhão destacou que o senador fez parte da história da rede de comunicação idealizada pelo político Assis Chateaubriand e observou a visita institucional do presidente do Senado como reconhecimento a um trabalho jornalístico. “O senador Sarney entrou para o jornal por um concurso de redação realizado na época e hoje, anos mais tarde, é importante pra nós vermos que fizemos parte da história de um político de destaque”, ressaltou Pedro Freire.
José Sarney adiantou que deve aumentar a coletânea de obras de sua autoria e após a aposentadoria deve se dedicar ao mundo da literatura. “Esse vai ser meu último mandato. Eu não quero mais exercer nenhum cargo eletivo, já deu meu tempo”, afirmou.
Questionado se faria algo diferente caso pudesse voltar ao longo da trajetória de sua vida política, que inclui passagem na Presidência da República, três vezes a presidência do Senado, além do comando no governo do Maranhão, Sarney prontamente respondeu: “Eu queria era ser pescador em São Bento e Pinheiro”, brincou, destacando as raízes.
“Olhe, eu disse as duas (cidades) pra não causar ciumeira”. É a prova que mesmo se os barcos da vida navegassem por mares diferentes, ainda como pescador, José Sarney não remaria sem tática e diplomacia.
O Imparcial Online
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