do BLOG: Tácito Garros
Faltando 80 dias para o primeiro turno das eleições, O Estado ouviu líderes de coligações, presidentes partidários, candidatos, parlamentares, jornalistas e especialistas em direito eleitoral para montar um prognóstico capaz de apontar o quadro que sairá das urnas para as Casas Legislativas a partir de janeiro de 2011. São 60 vagas em disputa – 42 na Assembléia Legislativa e 18 na Câmara Federal.
O consenso dos entrevistados achou um índice de votos válidos na casa dos 3,1 milhões de eleitores. Os votos válidos são aqueles encontrados após o desprezo dos votos nulos, brancos e dos eleitores que deixaram de votar – o que dá um percentual histórico de 80%. Com este total, o coeficiente eleitoral, usado para fazer a divisão das vagas nos parlamentos entre os partidos e coligações, ficará em 73.810 votos para a Assembléia e 172.222 votos para a Câmara Federal.
Significa dizer que, para entrar no rateio das vagas, o partido ou coligação tem que atingir este total de votos. Sem este pré-requisito, não conseguirá eleger ninguém, ainda que um de seus candidatos obtenha, por exemplo, 70 mil votos.
Vagas – Pelos cálculos dos dirigentes partidários, a coligação da governadora Roseana Sarney (PMDB) vencerá as eleições proporcionais, tanto para a Câmara quanto para a Assembléia Legislativa. Estima-se que, juntos, os 17 partidos da coligação “O Maranhão Não Pode Parar” – divididos em cinco subcoligações para estadual e duas para federal – elejam de 28 a 30 deputados estaduais e 12 deputados federais.
As outras vagas da Assembléia serão divididas entre as coligações de Jackson Lago (PDT, PSDB, PTC), com sete ou oito eleitos, e a de Flávio Dino (PCdoB, PSB, PPS), com quatro ou cinco vencedores. O PT, que disputa isoladamente, deverá eleger dois deputados.
Para a disputa das vagas na Câmara, a proporção é parecida: três ou quatro vagas para a chapa jackista e dois para os flavistas. Neste caso, haverá alterações se a coligação liderada pelo PTdoB alcançar o coeficiente de 172 mil votos, o que lhe garantiria pelo menos uma vaga.
Nenhum dos outros partidos que disputarão as eleições – PSTU, PSol e PCB – terão, na visão dos especialistas, condições de alcançar o coeficiente eleitoral para garantir vagas nos parlamentos.
Como se elege um deputado
A eleição parlamentar no Brasil é proporcional, ou seja, cada partido ganha um número de cadeiras nas Assembléias e Câmaras de acordo com o número de votos válidos obtidos nas urnas.
Considera-se votos válidos aqueles dados a um dos candidatos ou no número da sua legenda (o número do partido).
Mas, para entrar no rateio das vagas, o partido ou coligação precisa atingir um total mínimo de votos, que a Justiça Eleitoral chama de Coeficiente Eleitoral.
Para encontrar o total de vagas a que o partido tem direito, divide-se o total de votos obtidos por todos os seus candidatos mais os votos na legenda pelo coeficiente eleitoral.
As vagas que sobrarem são rateadas novamente entre todos os partidos que atingiram o coeficiente. Ganha vaga quem tiver a maior sobra. E assim vai-se preenchendo todas as vagas.
Coligação deve eleger até 18 deputados
A coligação formada por PMDB, DEM, PTB e PV deve ser a campeã de votos nas eleições proporcionais de outubro, superando em cerca de 15 vezes o coeficiente eleitoral para a Assembléia Legislativa. Isso garantirá uma bancada de 16 a 18 deputados estaduais. Para deputado federal, a expectativa é de que a coligação – que reúne, além dos citados, outros 13 partidos – eleja entre 10 e 12 para a Câmara Federal.
Na estimativa dos coordenadores de campanha da governadora Roseana Sarney, a coligação PMDB/DEM atingirá o patamar de 1,2 milhão de votos, exatamente um terço do total de votos válidos. Com este total de votos, garante a participação em pelo menos quatro rodadas de rateio das vagas na Assembléia Legislativa, garantindo duas vagas na sobra.
O pote de votos da coligação peemedebista inclui além da votação em cada candidato a deputado estadual e federal, os votos dados às legendas – são seis partidos recebendo votos deste tipo.
Para efeito de comparação, os estudos da coligação de Jackson Lago (PDT/PSDB/PTC) estimam uma votação máxima entre 575 mil e 600 mil votos, entre os nominais e os de legenda. É exatamente a metade do que terão os do PMDB e companhia. Com este total de votos, tucanos, pedetistas e cristãos poderão eleger até oito deputados, participando de três rodadas de rateio, com chances de eleger apenas um na sobra.
Uma das coligações que pode surpreender e garantir pelo menos um deputado federal é a formada por PTdoB/PHS/PSL/PMN/PRP/PTN/PSDC. A aliança terá que lutar muito para conseguir, mas pode superar os 172.222 votos estimados para o coeficiente eleitoral. Isso garantiria uma vaga na Câmara. Concorrem diretamente a esta vaga os candidatos Lourival Mendes (PTdoB), vereador de São Luís; Fernando Palácio (PSL), ex-diretor do Detran; Gonçalo Banana (PTdoB), vereador de Colinas; e Wellington do Curso (PSL), empresário do ramo empresarial de São Luís. Fonte Jornal O Estado do Maranhão.
Comentários
Postar um comentário
Comentando os Fatos, uma nova forma de divulgar conteúdo com credibilidade. Nosso compromisso é divulgar informações diferenciadas, com checagem, apuração e seriedade.
Aqui oferecemos aquele algo mais que ainda não foi dito, ou mostrado.