Não tenho nenhum motivo para defender o PSDB ou o deputado federal Roberto Rocha. Muito pelo contrário. Ele está até me processando nos tribunais de Brasília só porque reproduzi aqui matérias do Congresso em Foco, O Globo, Folha e Estadão sobre a farra de passagens na Câmara onde uma pessoa ligada a seu gabinete aparece como um dos operadores do esquema.
Mas é preciso colocar alguns pontos nos “is” nessa história de Roberto (foto) estar puxando o PSDB para uma candidatura própria ao Governo do Estado, contrariando o PDT que quer uma aliança em torno do cassado Jackson Lago.
Na verdade, o PDT e Jackson sempre usaram o PSDB e, principalmente o PPS, como linha auxiliar de seus projetos políticos no Estado. Nunca deram contrapartida política alguma. Essa história de eleição dos prefeitos Sebastião Madeira (Imperatriz) e João Castelo (São Luís) é balela porque as pesquisas mostravam a vitória tranquila dos dois em 2008. O então governador e o PDT só aproveitaram a situação.
Acho que não se pode criticar o deputado, presidente do PSDB do Maranhão, por querer levar a agremiação que dirige a uma candidatura majoritária. Isso desde que esse projeto seja realmente nobre.
Em relação a Roberto, basta recordar alguns fatos para ver estar ele coberto de razão. São muitas provas de lealdade e companheirismo ao PDT, e principalmente a Jackson. Contrapartida: zero. Senão vejamos.
Em 2002, ele renunciou a disputa ao Palácio dos Leões para tentar fazer Jackson vencedor daquela eleição no primeiro turno. Deu José Reinaldo, então no PFL, hoje DEM. Quatro anos depois o tucano ignorou a candidatura ao governo do colega do PSDB, o enrolado Aderson Lago, e entrou de cabeça na campanha do pedetista desde o primeiro turno. Elegeu-se o parlamentar mais votado do Estado, e continuou sendo peça chave na cooperativa de partidos da chamada “Frente de Libertação”, levando Jackson à “vitória” contra Roseana Sarney (PMDB).
Não se tem notícia que ele tenha dado trabalho ao então governador eleito no que diz respeito à exigência de cargos. O tucano tinha as suas demandas, mas nada que chegasse perto dos esquemas milionários que marcaram a gestão pedetista no Palácio dos Leões.
Aí vieram as eleições de 2008 e o PDT “pagou” a fatura para Roberto. Como? Lançando candidatos pedetistas em tudo que era base eleitoral do presidente do PSDB. O caso mais emblemático foi Balsas, com Chico Coelho, já filiado ao PDT, enfrentando e derrotando Luiz Rocha Filho, o Rochinha (PSDB), irmão do deputado.
Tem mais. Durante todo o processo de cassação do mandato de Jackson no TSE, Roberto foi um dos mais entusiasmados “advogados de defesa” do pedetista. Na busca de apoios, articulou conversas do então governador com o ex-presidente Fernando Henrique e o governador José Serra (SP).
Agora mais uma vez Jackson e o PDT querem fazer o deputado e o PSDB de “bucha de canhão”, oferecendo-lhe a vice na combalida chapa do governador cassado. Um verdadeiro “presente de grego”.
Não foi à toa que o senador Epitácio Cafeteira (PTB) apelidou essa turma de “Frente da Traição”.
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Jackson já demonstrou que é um grande corrupto. O que faz cara de bom velhinho e come pelas beiradas. Sorte a do Rocha que está se libertando dessa tal de frente de libertação, que só aprisionou o estado no governo JL.
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