COLUNA DO SARNEY
06/05/2012
06/05/2012
Cheguei a São Luís e meu primeiro compromisso foi visitar o túmulo do Décio Sá e render-lhe minha homenagem de saudade e de revolta.
Eram quatro horas da tarde e tive na ida e na volta ao cemitério Jardim da Paz uma visão de quão caótico está o tráfego em nossa cidade. É inacreditável a paciência do nosso povo diante de tamanha desordem. E o pior é que não há ninguém pensando numa avaliação do problema nem num Plano Diretor, em que a engenharia de tráfego pudesse analisar nossas diretrizes viárias, para saber o que se deve fazer e o que não se deve fazer mais, com tantos erros e imprevisões que ocorreram ao longo dos anos, sem que a municipalidade delas tomasse conhecimento. Há muitos anos São Luís não tem prefeito. Criou-se uma mentalidade e uma cultura no Maranhão de que é o Governo do Estado que tem de ser prefeito de São Luís. E se não fossem as obras que o Executivo estadual realizou nem sei o que seria da cidade. Cite-se, só para começar, as grandes avenidas, o Anel Viário, as pontes sobre o Rio Anil, do Caratatíua, Bandeira Tribuzi e José Sarney. Barragem do Bacanga, viadutos, Avenida dos Franceses e Kennedy. Se tirarmos essas obras, pense o que seria a cidade, que hoje vive um boom de crescimento.
Eu acompanhei ao longo da minha vida essa caminhada da cidade de São Luís, sua expansão e como ia se alongando, se espraiando com o nascimento de novos bairros e libertando-se com as pontes, de seu promontório histórico na velha cidade, abrindo dois longos braços sobre os rios Anil e Bacanga encontrando espaço para crescer. Mas o planejamento não prosseguiu e até mesmo foi violentado e esquecido. Lembro-me que a última geração que pensou São Luís foi a minha, quando governador, Bandeira Tribuzi, Haroldo Tavares, meu secretário de Transportes, e Vicente Fialho, prefeito. Essa visão continuaria com Haroldo, no governo Pedro Neiva, dando continuidade a tudo que idealizávamos. Veio ainda o Mauro Fecury, mas depois ninguém pensou mais estrategicamente sobre a cidade. Não se sabe, nesse longo período, depois dessa época, de uma só obra dos prefeitos. O resultado é o caos atual da cidade. O tráfego é um problema sem solução. O que tem de planejado para ele? O que fazer, quando se sabe que a cada mês entram em circulação três mil veículos? E agora com as grandes obras que estão sendo feitas no porto, refinaria, usinas elétricas, de gás, conjuntos e mais conjuntos, shoppings e mais shoppings?
Cidade Patrimônio da Humanidade, 400 Anos de História, o maior conjunto colonial português preservado no mundo! E vem aí uma eleição para prefeito. Será que vamos ficar no blá-blá-blá da politiquinha? Aproveitemos esta oportunidade para pensar São Luís, termos administradores municipais sintonizados com o governo estadual e federal, para um esforço conjunto que nos traga a certeza de que a cidade não vai parar e vai mostrar suas belezas e não mazelas. O tráfego será o início de tudo. O que pensam os candidatos sobre ele? Se o tráfego andar, a cidade anda.
COLUNA DO SARNEY
06/05/2012
06/05/2012
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