Por: Ruy Palhano*
*Psiquiatra
E-mail: ruy.palhano@terra.com.br
As doenças mentais são condições clínicas que expressam, entre outras coisas, alterações funcionais do cérebro e por muitos anos tentou-se construir uma “psiquiatria localizacionista”, isto é, uma psiquiatria que pudesse nos dizer exatamente a parte do cérebro que estaria afetada em determinadas doenças. Apesar dos esforços, as tentativas foram em vão e a grandiosa contribuição desses estudos consistiu na definição de uma psiquiatria sistêmica, segundo a qual o processo do adoecer psíquico tem como bases mecanismos biológicos sistêmicos, ou seja, o cérebro é tão somente o local onde se processa a fisiopatologia destas doenças.
Os sintomas psiquiátricos organizados clinicamente definem qual doença está por trás dos mesmos. Exemplo: desânimo, desinteresse, apatia, retraimento social, choro frequente, tristeza acentuada e pensamentos suicidas são sintomas de uma doença chamada depressão, porém, muitos desses sintomas podem aparecer em outros transtornos, que não a doença depressiva propriamente dita. Nesses casos, compete ao médico, por meio dos recursos que dispõe e do diagnóstico diferencial, chegar a uma conclusão clínica, distinguindo então as diferentes doenças.
Isso existe em toda a prática médica e o correto exercício dessa prática é que vai definir um bom diagnóstico e, por conseguinte, um bom tratamento. Em psiquiatria, não é diferente, por exemplo, várias doenças mentais se revelam pelo acentuado prejuízo nas relações sociais, e como se sabe, a forma como nos relacionamos socialmente pode definir nossa saúde mental. Doenças como a esquizofrenia, a depressão, as fobias, a timidez, transtornos de personalidade e muitas outras doenças mentais, tem como característica principal, dificuldades nas relações sociais.
Na atualidade, uma das doenças que mais tem ocorrido é a denominada Transtorno da Ansiedade Social, também conhecida como Fobia Social ou Transtorno da Fobia Social. É uma doença que se expressa através de sintomas e sinais de ansiedade, em contatos sociais ou em situações de desempenho de uma atividade na frente dos outros. Os sintomas variam de discreto mal-estar ao pânico no relacionamento social. Entre os dois extremos existe uma gradação.
Os sintomas que mais incomodam são: taquicardia, respiração acelerada, opressão no peito, tremor nas extremidades, sudorese, boca seca, inquietação e medos de ser criticado. Paralelamente podem aparecer dificuldade de pensar de modo ordenado e expectativa de ser ofendido por alguém.
Nessas circunstâncias, muitos pacientes evadem da situação ou procuram lugares reservados onde possam realizar qualquer tarefa, porém longe de contatos pessoais. Passado o momento, tudo volta ao normal.
Os pacientes percebem que a doença vai se instalando de forma lenta e insidiosa, e, com a evolução, podem se retrair inteiramente de qualquer atividade que implique contatos sociais. Vai havendo um progressivo prejuízo em outras funções cognitivas e sintomas depressivos, ao ponto de muitos pensarem em morrer.
Ocorre que apesar de todos os sintomas prejudiciais, limitantes e muito desagradáveis, sabe-se que o transtorno de ansiedade social (fobia social) apresenta atualmente um prognóstico muito favorável, especialmente com surgimento de medicações que modificam completamente os mecanismos fisiopatológicos dessa doença. Além do mais, outros tratamentos como as psicoterapias, preferencialmente as de base cognitivo-comportamentais, são as mais indicadas e as que melhor colaboram para a recuperação da saúde.
*PSIQUIATRA - Ruy Palhano Silva
MÉDICO NEUROPSIQUIATRA, PROFESSOR DE PSIQUIATRIA DO CURSO DE MEDICINA DA (UFMA),
MESTRE EM CIÊNCIAS DA SAÚDE (UFMA),
ESPECIALISTA EM DEPENDÊNCIA QUÍMICA PELA (UNIFESP),
EX - PRESIDENTE DA ACADEMIA MARANHENSE DE MEDICINA.
RUY.PALHANO@TERRA.COM.BR
Por: Ruy Palhano*
*Psiquiatra
E-mail: ruy.palhano@terra.com.br
Bom dia Abimael, só após visitar o seu espaço verifiquei tratar-se de uma opinião técnica, pensei fosse o seu adiantado interesse sobre o assunto, pudesse manifestar-se e, bem! Entendi ser opinião de um psiquiatra. A impressão que tive ao ler os escritos do médico,é que são tantos os sintomas insanos e, necssários os tratamentos. Daí, insisto na implatação da política de educação familiar, e, porque tanta a indifernça em aceitarmos os fatos? Abraços. Reinaldo Cantanhêde Lima
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