do Blog do Décio
A mesma discussão estéril envolvendo religião e temas como aborto, travada entre Dilma Roussef (PT) e José Serra (PSDB), aconteceu nos Estados Unidos durante a eleição de Barack Obama. Chamado de ateu, terrorista, e a favor da “morte de criancinhas”, ele resolveu acabar com a boataria indo a uma igreja e fazendo um discurso histórico.
“Dada a crescente diversidade da população dos Estados Unidos, os riscos de sectarismos estão maiores ainda. O que quer que tenhamos sido, nós não somos mais uma nação cristã. Somos uma nação judaica, muçulmana, budista, hindu e uma nação de descrentes. E mesmo se nós tivéssemos apenas os cristãos entre nós, se expulsássemos todos os não-cristãos dos Estados Unidos da América, o cristianismo de quem nós ensinaríamos nas escolas? Que passagens das escrituras deveriam instruir nossas políticas públicas? A democracia exige que aqueles motivados pela religião traduzam suas preocupações em valores universais, ao invés de específicos de uma religião. Ela requer que as propostas estejam à discussão e sejam influenciáveis pela razão. Eu posso ser contrário ao aborto por questões religiosas, mas se eu pretendo aprovar uma lei a favor da prática, eu não posso simplesmente recorrer aos ensimentos da minha igreja ou invocar a vontade divina; eu tenho de explicar porque o aborto viola algum princípio que é acessível a pessoas de todas as fés, incluindo aqueles sem fé alguma. Agora, isto vai ser difícil para alguns que acreditam na inerrância da Bíblia, como muitos evangélicos acreditam. Mas numa sociedade pluralista nós não temos escolha”, disse o presidente. Clique e veja a íntegra do discurso. O vídeo está com legendas.
"
Comentários
Postar um comentário
Comentando os Fatos, uma nova forma de divulgar conteúdo com credibilidade. Nosso compromisso é divulgar informações diferenciadas, com checagem, apuração e seriedade.
Aqui oferecemos aquele algo mais que ainda não foi dito, ou mostrado.