Segundo pesquisa apresentada pelo ministro da saúde José GomesTemporão em entrevista à Marília Gabriela, uma em cada cinco mulheres brasileiras já fez aborto.
Diante desses números aterradores o ministro propõe que o aborto seja tratado como uma questão de saúde pública, e por isso mesmo a sua proposta é que seja realizado um plebiscito sobre a questão.
A hipocrisia que reina na sociedade brasileira, faz com que, por exemplo, muitas dessas mulheres que tiveram que se submeter ao aborto, dizer que são contra.
E o que é pior, quem tem dinheiro vai continuar fazendo aborto em clínicas particulares com toda a segurança, enquanto o pobre o faz em fundo de quintal, expondo-se aos riscos e até mesmo à morte.
A idéia do plebiscito é interessante, por que foge da discussão eleitoral, onde por medo de perder votos, nenhum candidato se posiciona lucidamente sobre a questão.
E o que é pior ainda, se antes se negava esse debate com medo a igreja católica, hoje se foge dele para conquistar os votos dos evangélicos, uma massa considerável de eleitores.
O que resulta no atraso, e manutenção de milhares de mulheres na marginalidade diante de uma gravidez indesejável.
Ninguém é favorável ao aborto, não é essa a questão. Mas sim a de garantir à mulher que assim o decida, tenha o apoio e condições de saúde para realizá-lo.
Mesmo a mais engajada da feminista, quando se submete a um aborto, o faz, mas o faz com muita dor.
Não podemos limitar uma questão como essa aos dogmas religiosos, como tentaram fazer na questão da célula tronco, que atrasou as pesquisas no País, que podem tirar muita gente da cadeira de rodas e solucionar outros problemas graves de saúde, até o momento insolúveis.
O interessante é que montam uma cruzada contra a descriminalização do aborto, ao mesmo tempo, que usam camisinhas e a pílula, também reprováveis pelas igrejas, seitas e toda seara religiosa.
Ao observar a campanha de José serra explorando a questão contra Dilma Rousseff, o mesmo pode se reverter contra o tucano, afinal o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em uma postura louvável, é a favor da descriminalização da maconha, por entender que a repressão pura e simples não resolve esse grave problema das drogas na sociedade brasileira.
Corremos o risco que esse segundo turno se torne um debate moral, ao invés de um confronto de idéias sobre o que é melhor para o País.
Já pensou, o PSDB diz que Dilma é a favor do aborto e o PT diz que os tucanos defendem a maconha.
E nessa, perde a sociedade brasileira., e as mulheres pobres que vão continuar tomando citotec comprado na rua, e outras garrafadas; enquanto quem tem dinheiro viaja e o faz em clínicas com todo o aparato de segurança.
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