Roseana afirma que, pela primeira vez, o Maranhão se vê diante de oportunidades reais de se desenvolver e se tornar um estado rico
Em entrevista ao Jornal Pequeno, a governadora Roseana Sarney (PMDB), que disputa a reeleição, disse que o Maranhão vive um momento muito especial, já que pela primeira vez, segundo ela, há oportunidades reais de o estado se desenvolver e se tornar rico. Ela criticou os seus adversários, dizendo que eles insistem em falar somente sobre a pobreza com um discurso que considera ultrapassado.
“Falar agora só de pobreza é querer perpetuar o Maranhão como a terra arrasada que não é. Infelizmente tem gente que não é capaz de atualizar o próprio discurso”, afirmou Roseana.
Com ufanismo, a candidata do PMDB citou diversos investimentos que ela acredita que irão revolucionar a economia maranhense: “A refinaria está assegurada, o gás foi descoberto em quantidade animadora, e outros grandes negócios sacodem a nossa economia em todas as regiões”, declarou Roseana que, nesta entrevista ao JP, fala sobre suas propostas e sobre o atual momento político do Estado:
JP – Qual sua avaliação do andamento de mais esta campanha ao governo do Maranhão?
Roseana – Apesar da dupla jornada, de candidata e de governadora, tenho me esforçado muito para percorrer esse estado imenso, ver o povo e as lideranças. Tenho apresentado propostas. O Maranhão vive um momento muito especial: pela primeira vez se vê diante de oportunidades reais de se desenvolver e se tornar um estado rico, com emprego e renda para todos. Ao mesmo tempo tenho cuidado dessa agenda de preparação do estado para que as oportunidades que batem à nossa porta não sejam desperdiçadas.
JP – Ao seu modo de ver, as recentes pesquisas refletem de fato as intenções de voto do eleitorado maranhense?
Roseana – As pesquisas, independentemente dos institutos que as fazem, têm sido coerentes umas com as outras. Os resultados nos dizem que as pessoas querem é isso: ouvir propostas sérias de quem tem autoridade para fazê-las. As pessoas cada vez mais têm percepção das coisas e já não toleram as mentiras e as agressões.
JP – A responsabilidade pela pobreza do Maranhão tem sido frequentemente atribuída ao seu grupo político, especialmente ao senador Sarney …
Roseana – Antes de qualquer coisa, é preciso esclarecer que a pobreza existe, mas ela não é uma particularidade do Maranhão. Só que agora o momento é outro, é o de virada dessa página. Nenhum outro estado brasileiro está diante de tantas oportunidades como o nosso e isso vem em decorrência do planejamento e do trabalho que fizemos.
Temos é que discutir o aproveitamento dessas oportunidades, buscando o máximo de qualificação para que os nossos irmãos vivam por inteiro essa nova realidade. A refinaria está assegurada, o gás foi descoberto em quantidade animadora, outros grandes negócios sacodem a nossa economia em todas as regiões e falar agora só de pobreza é querer perpetuar o Maranhão como a terra arrasada que não é. Infelizmente tem gente que não é capaz de atualizar o próprio discurso.
JP – Mas as estatísticas continuam a demonstrar o Maranhão dentre os campeões de indicadores sociais e econômicos mais negativos do país …
Roseana – O cenário já é outro. A revista Veja desta semana coloca seis das nossas cidades dentre as que mais crescem e que mais oferecem perspectivas para investidores. Os mais de R$ 100 bilhões em investimentos em cinco anos, a partir de 2010, já estão em curso, sem contar com a descoberta do gás que é tão ou mais importante que a própria refinaria da Petrobras. Os índices têm parâmetros de outros tempos e refletem muito do que deixou de ser feito durante os sete anos em que estive fora do governo.
JP – O que explica o fato de o presidente Lula aparecer como o principal elemento de sua campanha, na propaganda do rádio e da televisão?
Roseana – Ele aparece na medida exata do bem que ele fez e está fazendo para o povo do Maranhão. O presidente Lula é meu aliado político, fui líder do governo dele no Congresso e através dele tenho tido todo o apoio para retomar o desenvolvimento do Maranhão.
A refinaria da Petrobras poderia ter ido para outro estado do Nordeste, principalmente depois que o governo anterior ao meu disse oficialmente que seria uma “missão impossível” viabilizar o projeto, mas foi para o Maranhão que veio esse empreendimento que é o maior da América Latina na atualidade.
JP – Com esse ostensivo apoio do presidente Lula, a senhora acredita que será possível ganhar a eleição logo no primeiro turno?
Roseana – Caso isso ocorra certamente terá sido o efeito de uma soma de fatores, dos nossos acertos principalmente no curto espaço de tempo de um ano e quatro meses que tivemos para recolocar o estado nos trilhos. Nos orgulhamos muito do apoio do presidente Lula, da Dilma e de todas as lideranças do Maranhão que estão firmes conosco.
JP – Embora a senhora conte com o apoio do presidente Lula, há no PT do Maranhão uma parcela considerável que historicamente se posiciona contra a senhora e contra o seu pai, o senador José Sarney. Esta circunstância – ou seja, o fato de não ter obtido a maioria no PT maranhense – tem causado problemas, prejuízos ou constrangimentos à sua campanha?
Roseana – É natural que não tenhamos todo o partido, mas não vejo a maioria do outro lado, como você disse. Está comigo o PT do presidente Lula e da Dilma.
JP – Qual a avaliação que a senhora faz das candidaturas ao Senado: Lobão, João Alberto, Zé Reinaldo, Vidigal, Roberto Rocha, Professor Adonilson etc?
Roseana – O senador Lobão e o vice-governador João Alberto são pessoas muitíssimo bem avaliadas pelos serviços prestados ao longo desses anos todos que eles estão na política. Lobão foi um dos principais ministros do presidente Lula até bem pouco tempo e foi fundamental para que Lula conseguisse realizar o nosso sonho de ter aqui a refinaria, isso além do excelente governador que foi.
João Alberto é outro exemplo de bom político, honesto e de palavra. Foi também governador e ultimamente tem sido meu companheiro firme na condução dos destinos do Maranhão. Não só eu, mas o povo tem avaliado os nossos dois candidatos como os melhores para elegermos como nossos representantes no Senado da República.
JP – Qual sua análise da atual representação do Maranhão no Senado? Cafeteira? Mauro Fecury? Sarney?
Roseana – Sarney é do Amapá, mas nem por isso deixa de ajudar, e sempre, o Maranhão. Senadores do estado são o Mauro Fecury, que era o meu suplente, o Cafeteira e o Lobão, todos políticos com muitos serviços prestados ao estado.
JP – Como a senhora avalia as demais candidaturas ao governo, especialmente as de Jackson Lago e Flávio Dino?
Roseana – Legítimas, como as dos demais excluídos pela pergunta. Democracia é isso, é a possibilidade de você se oferecer ao cargo eletivo e o direito que o povo tem de escolher quem melhor vai lhe representar.
JP – Qual sua opinião sobre a Lei da Ficha Limpa, que vem causando celeuma na sociedade e até mesmo na Justiça Eleitoral?
Roseana – Necessária. Ter a ficha limpa terá que ser sempre a primeira das qualificações que a pessoa precisa ter para postular um cargo eletivo.
JP – O Ministério Público Eleitoral emitiu parecer contrário à sua candidatura. Ainda assim, um dos ministros do TSE decidiu mantê-la no páreo. A oposição anuncia que vai recorrer. Qual sua opinião sobre este fato e qual sua expectativa em relação ao julgamento desse recurso no TSE?
Roseana – Essa questão está superada.
JP – Por que a senhora tem dito na sua campanha os adversários têm uma visão pessimista sobre o Maranhão?
Roseana – Lamento que se queira tanto jogar o Maranhão para baixo. Eu penso completamente diferente e é essa minha crença que está fazendo com que as coisas aconteçam. Estamos diante de mais de R$ 100 bilhões de investimentos e de mais de 200 mil oportunidades de empregos.
Estamos fazendo de uma só vez 72 hospitais em todas as regiões do estado, reformando e construindo mais de 200 escolas, recuperando e fazendo estradas novas, voltamos com o Primeiro Emprego e o Viva Luz e estamos fazendo o Viva Água e o Viva Casa.
A polícia passou a andar de viaturas novas em todas as cidades e em todos os bairros. Nos últimos meses zeramos os assaltos aos bancos e, de uma maneira geral, estamos cuidando das pessoas e do futuro dos nossos jovens. O discurso depressivo como forma de amedrontar as pessoas já nem tem nenhuma eficácia diante dessa realidade que toca a todos.
JP – De fato, esta será a sua última campanha? Por que a decisão de não disputar mais eleições?
Roseana – A necessidade de ficar mais em família, acompanhar o crescimento e a educação dos meus netos, além, é claro, das consequências que carrego das cirurgias pelas quais passei.
Quero governar o Maranhão por mais esse período que se inicia em janeiro de 2011, para dar continuidade a esse processo de desenvolvimento, para que possamos investir mais nas cidades, na saúde, na educação, nas estradas, na segurança e na qualificação dos nossos jovens.
Não quero ver o Maranhão parar de novo. Estou bem, graças a Deus, mas vejo que daqui a quatro anos será o momento exato de me dedicar à família.
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