Agência Estado
Situação só muda se houver um 'terremoto no céu, um tsunami no Paranoá ou um maremoto em MT', disse Roberto Amaral (PSB)Os partidos da coligação que sustenta a candidatura de Dilma Rousseff (PT) à Presidência da República avaliam que a eleição 'já acabou' e estão empenhados, agora, em contornar problemas regionais. Em reunião do Conselho Político da campanha na tarde desta terça-feira, dirigentes do PMDB e do PSB pediram 'tratamento igualitário' por parte de Dilma e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos concorrentes de todas as siglas que compõem a aliança nos Estados.
'A eleição já está ganha, não tem mais eleição', afirmou o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN). 'Agora é hora de nos unir nos Estados e nos vacinar contra intrigas', acrescentou.
'A não ser que haja um terremoto no céu, um tsunami no Paranoá ou um maremoto em Mato Grosso, a campanha já acabou', completou o vice-presidente do PSB, Roberto Amaral. Para evitar polêmica, a cúpula do PMDB tenta agora negar que esteja de olho nos cargos de eventual governo Dilma.
'Não estamos discutindo o pós-eleição', insistiu Alves. Embora o presidente do PT, José Eduardo Dutra, tenha saído do encontro com discurso mais cauteloso, sob o argumento de que 'não se pode subir no salto alto', todos os aliados deram a disputa como favas contadas no primeiro turno. 'A oposição, capitaneada por José Serra (candidato do PSDB), renunciou, não apresentou qualquer modelo alternativo', comentou Amaral.
A ordem, agora, é evitar marolas e fazer de tudo para que nada desande na campanha. Até mesmo o lançamento do programa de governo de Dilma foi suspenso. Em conversas reservadas, dirigentes do PT alegam que o importante é apresentar os principais eixos do programa na propaganda de televisão e não dar margem para que a imprensa 'procure polêmicas com lupa'.
Blindagem
Mesmo com toda essa blindagem, os atritos entre partidos que integram a aliança de Dilma ganharam força nos últimos dias porque todos querem que ela e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva apareçam no horário eleitoral de seus concorrentes nos Estados. Cobram, ainda, que a candidata do PT e o presidente subam nos palanques de todos os aliados.
Na última sexta-feira, Dilma e Lula fizeram comício em Salvador com o governador Jaques Wagner (PT), candidato à reeleição. Agora, o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB), que também disputa o governo baiano, pede que a dupla retorne à capital da Bahia para outro comício, desta vez com ele.
No Ceará, o governador Cid Gomes (PSB), candidato a um segundo mandato, não quer que Dilma suba no palanque de Lúcio Alcântara (PR). Diante do impasse, a ex-ministra da Casa Civil já marcou e desmarcou várias vezes o retorno a Fortaleza, agora previsto para meados deste mês.
Dilma esteve na capital do Ceará há quatro meses, quando o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) ainda não havia retirado oficialmente sua candidatura ao Palácio do Planalto. Na ocasião, a visita provocou protestos e ciumeira. Agora, ela espera que os aliados se entendam. O encerramento da campanha de Dilma será em São Paulo, em comício com Lula, na Praça da Sé, provavelmente no dia 28.
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