do Blog do Décio
Chegou na madrugada desta sexta-feira a São Luís o diretor da Volkswagen do Brasil, Anderson Tadeu de Paula Gomes. Ele foi preso em Brasília (veja aqui) durante a Operação Euromar, que levou para cadeia ainda o empresário Alessandro Martins e mais três funcionários da concessionária. Ele foi trazido por policiais civis do Distrito Federal onde trabalhava, fez exames de corpo de delito e aguarda sua transferência, possivelmente para uma ala especial da Penitenciária de Pedrinhas. O outro diretor da montadora, Ricardo Martinez, continua foragido. Os dois já foram demitidos da Volkswagen.
Segundo apurou o blog, Alessandro Martins também deverá ser transferido para Pedrinhas em breve. Ele deve ficar numa cela especial com mais três presos. Ontem o desembargador José Luiz Almeida negou habeas dois habeas corpus para o empresário, para a gerente da Euromar, Débora Mendes Sampaio, e os dois diretores demitidos.
A prisão de dois de seus executivos abalou a Volkswagen. O comando do grupo na Alemanha está acompanhando com preocupação tudo o que está acontecendo no Maranhão. O último grande escândalo da empresa envolveu, em 2005, viagens de vários de seus executivos ao Brasil e gastos com prostitutas (reveja).
A defesa dos ex-diretores está sendo feita pelo escritório do ex procurador-geral Ulisses Martins. Mais ainda esta semana a direção da montadora no Brasil deve reforçar a equipe com sua própria assessoria jurídica. Na quarta-feira, a Ferrari de Alessandro Martins foi levada para o pátio do Detran reservado a carros de luxo. A presença de vários carrões importados atraiu vários curiosos.
Anderson Gomes e Ricardo Alvarez não são os primeiros a cair por causa de confusão envolvendo Alessandro Martins. Pouco antes da Copa da África do Sul, dois outros executivos da Volkswagen do Brasil foram demitidos porque enviaram uma carta anunciando a retirada da bandeira da Euromar. Pelas regras da montadora, a concessionário tem direito de explorar a marca durante cinco anos. Depois desse período o contrato pode ou não ser renovado. Se for, é por um período indeterminado. A multa pelo rompimento é milionária.
Pensando que Alessandro Martins havia adquirido a empresa em 2005, os diretores tentaram retirar a bandeira da Euromar. No entanto, o empresário havia entrado na sociedade com Elie Hachem e Altevir Mendonça, que adquiriram a marca em 2001 de Garlos Gaspar. Ou seja, é como se ele estivesse no negócio desde 2001. Em 2005, o contrato foi renovado automaticamente. Por conta disso, Alessandro Martins exigiu indenização de R$ 160 milhões. Sobrou para os dois executivos, um deles o vice-presidente nacional.
Ultimamente Alessandro Martins estava tentando passar a bandeira para o grupo Alcolumbre, do Amapá, e para Pedro Schwambach, de Pernambuco, dono de cerca 70 revendedoras no Brasil, entre as quais Rivoli (Pegueot), Tama (Toyota) e Mercedes Caminhões no Maranhão. Schwambach desistiu do negócio avaliado em R$ 30 milhões. O grupo Alcolumbre continuava interessado faltando apenas desembolsar o valor.
Isso antes da prisão Alessandro Martins.
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