do blog do: Décio Sá
Policias e promotores que fizeram buscas num dos apartamentos do edifício Two Towers (Ponta d’Areia), na tentantiva de prender o empresário Alessandro Martins (Euromar), quinta-feira, ficaram intrigados com a presença no local de um visitante ilustre. Quando eles revistavam o apartamento eis que chega ao prédio ninguém menos que o candidato do PCdoB ao governo do Maranhão, deputado Flávio Dino. Dei a informação ainda ontem via twitter (veja aqui).
Um imóvel no Two Towers (foto) era vendido na planta há dois anos por R$ 4 milhões – hoje está avaliado em cerca de R$ 6 milhões. São 15 apartamentos, um por andar. Cada um com área de 889 m² e um piscina quase semi-olímpica. É um dos maiores do Norte/Nordeste (foto).
Procurei a assessoria do deputado para explicar o porquê de sua presença no local. Um dos assessores ficou chateado comigo dizendo que estaria querendo fazer uma “ilação maldosa” entre o candidato e Alessandro Martins. Não se trata disso. Se trata de uma informação que deixou os próprios promotores, policiais e delegados intrigados.
Sem a resposta da assessoria do comunista, o blog procurou investigar e acha ter descoberto o fim do mistério. No Two Towers moram alguns endinherados do Maranhão, entre os quais os empresários Marcos Regadas (Franere), dono do empreendimento, e Altevir Mendonça, ex-proprietário da própria Euromar. No entanto, o que teria levado Flávio Dino ao local foi o prefeito de Caxias, Humberto Coutinho (PDT), um de seus principais aliados políticos. Ele tem apartamento no prédio. Não é a primeira vez que o candidato é visto por lá.
Para quem não sabe: Humberto Coutinho é um dos políticos mais ricos do Estado. Na última campanha ele declarou patrimônio de R$ 18 milhões. A mulher dele, a deputada estadual Cleide Coutinho (PSB), informou em 2006 possuir R$ 26 milhões em bens. A maior parte da fortuna do casal é formada por fazendas e milhares de cabeças de gado.
Investigação
Apesar de todo sigilo da investigação, os promotores Lítia Cavalcante (Consumidor) e Augusto Cutrim (Ordem Tributária) não conseguiram impedir que a informação vazasse e Alessandro fugisse. O vazamento aconteceu na esfera jusdicial.
Só para se ter uma ideia eles sequer tiravam xerox do processo nas dependências do Ministério Público. O cuidado se deu porque o primo da procuradora-geral, Fátima Travassos, Fabiano Rodrigues, já atuou como advogado do empresário.
Esse fato, aliás, já gerou crise na família Travassos. Certa vez, por causa desses clientes ilustres e enrolados, Fátima reclamou ao primo: “Tu queres acabar comigo! Não sabes que eu tenho inimigos poderosos no Ministério Público?”.
Nota: Post alterado às 11h35 para acréscimo de informações.
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