Com a recente inauguração da unidade Belém (PA), todas as regiões do Brasil passam a ser atendidas pela Rede de Bancos Públicos de Sangue de Cordão Umbilical (Rede BrasilCord).
Os bancos de sangue de cordão umbilical representam, de acordo com o Ministério da Saúde, uma alternativa eficaz para quem precisa de transplante de medula.
São cerca de 70 doenças diferentes, graves, que são tratáveis com o transplante, como leucemias (câncer no sangue), linfomas (conjunto de cânceres do sistema linfático) e alguns tipos de anemias graves.
Criada pelo Ministério da Saúde em 2004, a BrasilCord hoje é abastecida com material genético das populações das mais diversas regiões do país e a meta é atingir, até 2011, 13 bancos no país.
Dificuldade de encontrar doadores
A intensa miscigenação étnica da população brasileira dificulta a localização nos registros de doadores voluntários existentes. Com a expansão da Rede BrasilCord, a capacidade de se encontrar doadores não-aparentados para transplantes é maior.
Para se ter idéia, 70% das pessoas que sofrem de leucemia e precisam de um transplante de medula óssea não encontram um doador compatível na família. Neste caso, é a alternativa é procurar um doador na lista do Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome).
E essa busca não é nada fácil! As chances de se encontrar um doador compatível não-aparentado (ou seja, fora da família) é de uma em cem mil.
Hoje, são cerca de 1,2 mil pacientes em busca de um doador no Brasil, que precisam da doação de medula voluntária para que elas possam ter uma chance de sobreviver a doenças como a leucemia.
A Rede BrasilCord
Criada pelo Ministério da Saúde em 2004, a BrasilCord hoje é abastecida com material genético das populações das mais diversas regiões do país e a meta é atingir, até 2011, 13 bancos no país.
Atualmente, além da unidade em Belém, outros oito bancos estão em funcionamento: quatro em São Paulo, um no Rio de Janeiro, um no Distrito Federal, um em Santa Catarina e um no Ceará. A Rede BrasilCord prevê ainda a inauguração de bancos no Rio Grande do Sul, em Pernambuco e em Minas Gerais.
A expectativa é armazenar, nos próximos anos, 65 mil unidades de sangue de cordões umbilicais – quantidade considerada ideal para a demanda de transplantes no país, somada à colaboração dos doadores voluntários de medula.
O aumento de doadores de medula óssea e a iniciativa do BrasilCord promoveram uma reversão no setor. Em 2000, apenas 10% dos transplantes eram realizados com doadores nacionais. Hoje, esse número passou para 64%. O número de inscritos no Redome também tem crescido positivamente, de 12 mil para 1,6 milhão.
O país – nos últimos sete anos (2003-2009) – ampliou o número de transplantes de medula óssea em 57,51%, incluindo as três modalidades: autólogos (células retiradas do próprio paciente), aparentados (células retiradas de pessoas da mesma família) e não-aparentados (células doadas por pessoas fora da família).
Atualmente, o Brasil é o terceiro maior banco de dados do gênero no mundo, ficando atrás apenas dos registros dos Estados Unidos (5 milhões de doadores) e da Alemanha (3 milhões de doadores).
Os transplantes de medula óssea são realizados no Brasil desde 1979.
Como doar
O primeiro passo para ser um doador é procurar um hemocentro (para ver a lista de hemocentros, clique aqui) para preencher uma ficha com dados pessoais e coletar 5 ml de sangue. Com esse material será realizado o teste de HLA, o exame que determina as características genéticas de uma pessoa, e que é fundamental para saber se existe compatibilidade entre doador e receptor.
As características genéticas dos doadores ficam guardadas em um banco de dados do Redome, na internet, e com acesso restrito aos médicos. As informações dos pacientes que precisam do transplante ficam no Registro Nacional de Receptores de Medula Óssea (Rereme).
Um programa de computador cruza os dados para encontrar um doador e um receptor que tenham entre 90% e 100% das suas características genéticas idênticas. Só assim, o transplante pode acontecer.
O doador fica internado para a realização da doação. Em 24 horas ele recebe alta, em torno de quatro a cinco dias ele já está recuperado da doação e pode voltar às suas atividades normalmente.
A medula é retirada da região da bacia do doador com uma agulha e o transplante é parecido com uma transfusão de sangue. A rejeição acontece em 10% dos casos e as chances de cura são grandes.
Atenção! Para ser um doador, você precisa ter entre 18 e 55 anos de idade e estar em bom estado geral de saúde (não ter doença infecciosa ou incapacitante).
A quantidade de doadores em potencial cresceu de forma expressiva após investimentos e campanhas de sensibilização do Ministério da Saúde e outros órgãos vinculados, como o Inca (Instituto Nacional do Câncer), responsável pelo Redome. Estas campanhas mobilizaram hemocentros, laboratórios, ONGs, instituições públicas e privadas e a sociedade em geral.
Participe você também. Seja um doador! Clique aqui para mais informações.
Ótimo post, a Leucemia vem tirando a vida de muitas pessoas! Qualquer medida tomada para aumentar a lista de doadores de medula é válida e deve ser aproveitada! Tudo em nome da Vida!
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