A cada 10 adultos, um é asmático. Entre as crianças, a proporção é ainda mais preocupante: uma a cada cinco tem asma.
Comemorado em 21 de junho, o Dia Nacional da Asma deve servir de alerta para os altos índices de incidência da doença. Mesmo tratável e com tratamento de baixo custo, disponibilizado pela rede pública, a doença ainda é altamente prevalente, alerta a Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia.
“Além da alta prevalência da doença, a mortalidade também é alarmante: são cerca de 3 mil mortes anuais no Brasil. O tratamento adequado é o único fator capaz de reverter este quadro”, destaca dr. Elcio Vianna, coordenador da comissão de asma da SPPT. Aproximadamente 20% da população brasileira possui a doença, o que resulta em 350 mil internações ao ano.
De acordo com o médico pneumologista, boa parte dos pacientes asmáticos não se atenta aos seus sintomas; ficam habituados com a falta de ar e o chiado. Somente quando seu estado piora é que procuram atendimento de emergência, alerta dr. Elcio, justificando que nesta hora o tratamento pode ser mais demorado, necessitando muitas vezes de internação e até terapia intensiva.
Embora exista o risco de exacerbação a longo prazo, a asma é uma doença benigna, cujo tratamento reduz os sintomas e devolve ao paciente a qualidade de vida e a capacidade para o exercício. “Modernos dispositivos inalatórios já existem no mercado brasileiro e facilitam o uso da medicação até para crianças e idosos”, afirma dr. Elcio.
Diagnóstico e acesso ao tratamento
O Sistema Único de Saúde tem ampliado o acesso dos portadores de asma aos medicamentos. Prefeituras, governos estaduais, e também na esfera federal contam com programas que oferecem o tratamento prescrito pelo médico para uso contínuo.
”A SPPT têm oferecido suporte para os pacientes, desde a educação em asma até orientação e incentivo para a busca pelo tratamento. Além disso, a atualização da classe médica também é efetiva, assim como a luta dos médicos por melhores condições no tratamento do asmático”, completa dr. Elcio.
O diagnóstico da asma depende de consulta médica, preferencialmente com o médico pneumologista, que trata dos males relacionados ao sistema respiratório. Exames laboratoriais podem ser necessários para descartar outras doenças com sintomas semelhantes. Dentre esses exames, a radiografia e a espirometria, que detecta se os brônquios estão normais ou obstruídos, são os mais usados.
Parcerias pelo controle da asma
O Ministério da Saúde, por meio da Coordenação Nacional de Pneumologia Sanitária – CNPS e do Centro de Referência Prof. Hélio Fraga – CRPHF, criou um Comitê Técnico composto por representantes das Sociedades Médicas de Pneumologia e Tisiologia, entre elas a SPPT, de Alergia e Imunopatologia, e de pediatria, além dos Serviços Universitários e das Secretárias de Saúde.
O objetivo é a implantação de um Plano Nacional de Controle da Asma (PNCA), nos mesmos moldes do Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT), visando a oferecer melhores recursos aos asmáticos por toda a rede pública de Saúde.
Uma das medidas é a distribuição gratuita de medicação inalatória, de alto custo, que, muitas vezes, inviabiliza o tratamento de muitos pacientes.
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