O senador Álvaro Dias (PSDB-PR), um dos “falsos moralistas do Senado”, confirmou ontem que recebeu uma “convocação” para ser o vice na chapa de José Serra à Presidência e aceitou. “Não vou fugir a essa responsabilidade. Aceito sim. É uma honra ser vice de Serra”, disse Dias, em Cuiabá. Segundo ele, a indicação só depende de “uma conversa” com o DEM.
DEM não aceita Álvaro Dias como vice de Serra
“Já houve consulta ao PPS e ao PTB. E o senador Sérgio Guerra [PSDB-PE] ficou encarregado de conversar com os Democratas. E só falta isso”, disse o senador, que participa hoje da convenção do PSDB-MT. Questionado sobre um possível descontentamento do DEM com a chapa pura tucana, Dias disse que não há possibilidade de um rompimento. “Se o DEM tiver que sair, antes saio eu. Não há nenhum risco disso ocorrer. Estamos juntos a favor do Brasil.”
Dias defendeu a unidade em busca de viabilidade eleitoral. “O DEM está participando de um projeto. E a responsabilidade nossa é acomodar as forças políticas, para que esse projeto seja viável eleitoralmente. Se o governador José Serra fizer um apelo à unidade, os Democratas apoiarão.” Crítico do governo do PT, Álvaro Dias não confirmou se sua indicação representaria uma mudança de tom no discurso tucano. “É ele [Serra] quem dá o tom e nós acompanharemos.”
DEM critica
Maior partido da aliança em torno de Serra, o DEM se rebelou ontem e condenou a escolha do tucano Alvaro Dias para vice. Democratas ameaçaram até propor rompimento com o PSDB na convenção naciona do partido, quarta-feira. Até lá, o PSDB decide se mantém ou não a indicação do senador paranaense. “Entendemos que, se não for o Aécio [Neves], o vice é nosso”, afirmou o presidente do DEM, Rodrigo Maia (RJ). A briga foi explicitada no Twitter: “O DEM é uma merda!!!”, atacou o presidente do PTB, Roberto Jeffferson. No microblog, o deputado Ronaldo Caiado (GO) pregou a ruptura e acusou os tucanos de tentar ocultar a decisão.
Segundo relato de Caiado, Maia telefonou para o presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra (PE), para confirmar a escolha. Em resposta, Guerra teria dito que nada fora decidido. “Eles não tiveram coragem de nos informar a decisão”, protestou. Sob pressão, Guerra afirmou, em nota, que o nome de Dias ainda depende de aprovação dos aliados. Mas, numa tentativa de isolar o DEM, os tucanos buscaram apoio prévio do PPS e do PTB. Em defesa do nome tucano, Jefferson chegou a dizer que não seria oportuna a escolha de um democrata.
“Com a crise no DF, seria o momento de o DEM dar uma recuada. É natural”, afirmou Jefferson, que fez duros ataques ao DEM no Twitter. Já o presidente do PPS, Roberto Freire (PE), alegou que a imposição do DEM pode prejudicar a candidatura de Serra à Presidência. Segundo ele, a opção por Dias é a que mais ajuda. “Eles têm nome.
Mas é o que mais pode nos ajudar? É o que mais soma?”, perguntou. Maia acusou o PSDB de usar a vaga de vice para tentar resolver um problema do partido no Paraná, sem considerar a necessidade da campanha. “O problema do Serra está no Sudeste e no Nordeste. Será que eles não entenderam isso?”, perguntou Rodrigo Maia. Para complementar: “Se eles querem abrir mão, que abram no Paraná com o braço deles e não com o meu”. A pesquisa do Ibope divulgada nesta semana revela que o Sul é a única região onde Serra vence Dilma.
Maia aconselhou o PSDB a resolver o problema da aliança no Paraná indicando o ex-prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), para disputar o Senado e dando a vaga de candidato ao governo a Osmar Dias (PDT), irmão de Alvaro. A dificuldade está no fato de Richa liderar as pesquisas para o governo. Para tentar convencer o DEM, o PSDB deve facilitar as alianças com o partido em Sergipe e no Pará.
(Com informações da Folha de S. Paulo).
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