O deputado Domingos Dutra, 54 anos, anunciou hoje o fim de sua polêmica carreira política. Em entrevista a Folha.com ele disse que não disputará a eleição deste ano por causa da decisão do Diretório Nacional em favor da aliança PT/PMDB no Maranhão. “Minha história é incompatível com a de Sarney”, justificou.
Como de besta não tem nada, Dutra poupou o presidente Lula de suas críticas, apesar de não saber ainda se deixará o PT. Preferiu atacar o PMDB. “Já temos o vencedor antecipado desta eleição”, afirma ele que diz ter iniciado uma greve de fome no Plenário da Câmara dos Deputados
Dutra: escritório e pousada em Carolina
Até o fim da greve de fome, “sem data para terminar”, Dutra quer beber apenas água de coco. Tem usado um sobretudo por cima do terno para enfrentar o frio do gelado plenário da Câmara. Um colchonete serve de cama. “Jogaram na lata de lixo as regras pelas quais lutamos há 30 anos”, afirma. “O PT tem de jogar fora seu código de ética”, completa.
Agora à noite aliados do deputado – Bira do Pindaré , Genilson Alves, Arnaldo Colaço, Silvio Bembem e Francivaldo Coelho – foram vistos fazendo uma “boquinha” no shopping Pátio Brasil, o mais popular de Brasília. Deixaram o “companheiro” sozinho em sua greve de fome.
Sem intervenção
O presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, insultado por dirigentes locais (veja post abaixo), disse não ter havido intervenção no Maranhão. “Não se trata de intervenção porque o 4º Congresso do PT, em fevereiro, deu ao Diretório Nacional atribuição para examinar em última instância as alianças nos Estados. A estratégia foi pela aliança. O melhor para Dilma é estar neste palanque, mas nós respeitamos as diferenças”, explicou.
O ministro da Articulação Política, Alexandre Padilha, fez declarações no mesmo sentido. “Estamos preocupados é com a chance de Dilma colocar 2 a 3 milhões (de votos) de frente no Maranhão. A melhor forma é ter um palanque que assuma integralmente a candidatura de Dilma, que é o palanque da Roseana.”
Sem “vitamina”
Na verdade, com dificuldade de se reeleger, o deputado maranhense já vinha se preparando para deixar a política. Ele montou um escritório de advocacia em Carolina junto com a mulher, Núbia Dutra, para defender moradores atingidos pela Hidrelétrica de Estreito. O casal também se associou a um empresário local na administração de uma pousada.
Com a economia que fez nesses anos de mandatos, Dutra estava com medo de gastar na eleição. No pleito passado contou com a “vitamina” (dinheiro) do governo então comandado por José Reinaldo (PSB), segundo denunciou na ocasião a deputada Terezinha Fernandes (PT). Está usando essa decisão do Diretório Nacional para justificar sua saída da vida pública.
Deixo para você analisar se ele já vai cedo ou tarde.
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