A mobilização do PT, que em outros tempos apostava na força dos panfletos e na campanha boca a boca para tentar eleger seus candidatos, adaptou a militância à realidade da internet.
Visando recuperar o “tempo perdido”, os petistas estão apostando nesta eleição nas redes sociais para molibizar seus seguidores e atrair eleitores. Ontem, Marcelo Branco, o coordenador nacional da web na campanha da presidenciável do PT, Dilma Rousseff, esteve no Recife para apresentar à militância petista em Pernambuco a estratégia de ação na rede mundial de computadores. Ele também participou do lançamento do site do PT no estado (www.ptpe.org.br), que entrará no ar em 15 dias.
A intenção do coordenador é fazer uma integração do partido em Pernambuco com as mídias sociais, a exemplo do Twitter, Orkut e Youtube na campanha de Dilma Roussef. A ação foi batizada de “caravana digital” e já mobilizou a militância do PT em vários estados do país, como Bahia, Sergipe e Rio Grande do Sul. Um dos objetivos é municiar os petistas e aliados com informações estratégicas divulgadas na internet para contra-argumentar com os adversários ao longo da campanha.
Segundo Marcelo, a ideia é fazer uma campanha descentralizada na rede, transformando os militantes em “repórteres”, espalhados pelos mais diversos lugares do Brasil. “A internet fará a maior cobertura dessa campanha. É importante que eles construam seus textos e vídeos (sobre as obras e ações do PT) e postem na internet”, enfatizou.
De acordo com Marcelo, a intenção é aproveitar os recursos oferecidos pelas redes sociais para transformar os internautas em militantes multimídia. “Faremos um debate limpo, no qual as realizações do governo Lula possam ser divulgadas, e uma campanha descentralizada. Também pretendemos municiar os militantes para que eles tenham argumentos dentro e fora da rede”, informou Marcelo. Ele lembrou, ainda, que pela primeira vez o país terá uma campanha livre na internet, onde os políticos poderão se expressar. “É um espaço de expressão mundial. As regras não são as mesmas, pois as leis estão mais flexíveis”, comemorou.
Em sua avaliação, as mídias tradicionais, como TV e rádio, continuam com espaço garantido na guerra eleitoral, mas a internet pode influenciar muito mais e ser decisiva nesse processo. “Como meio de massa, a televisão tem uma força maior, porém ela não tem capacidade de organizar a militância, como fazem as redes sociais. Nesse caso (eleição), a internet pode influienciar mais”, comentou.
Segundo Marcelo, a internet se transformou num fenômeno das periferias e a ideia do PT é também levar o debate sobre a eleição para esse grupo. “Hoje, 52% das classes C e D têm acesso à internet. As classes menos favorecidas, apesar de não dispor de computadores em casa, acessam Orkut, Facebook e Twitter. Faremos com que aqueles que entram na rede sejam seres políticos e levem o debate para a periferia. Mesmo não tendo um micro em casa, eles debaterão nas comunidades o que discutiram na internet”, ressaltou.
Diário de Pernambuco
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