Do Correio Braziliense:
Brasília – Fechados em torno da candidatura presidencial da petista Dilma Rousseff, PMDB e PT têm agora cinco dias para desfazer cinco nós, pendentes para a aliança nacional ser sacramentada com mais tranquilidade. O prazo apertado se deve às convenções nacionais das legendas, marcadas para o fim de semana. Os encontros são as últimas oportunidades de os diretórios intervirem com mão de ferro nas composições estaduais. Depois de resolverem o maior impasse entre os partidos, em Minas Gerais, PT e PMDB usarão a semana para acertar as costuras no Pará, Paraná, Ceará, Maranhão e Santa Catarina.
Acordão celebrado em Minas pode ser repetir no MA
A intenção dos presidentes das duas legendas, Michel Temer (PMDB) e José Eduardo Dutra (PT), é que os estados “deflagrados” entrem em acordo, sem a necessidade de intervenção nacional. O receio da dupla é de que as composições forçadas diminuam o ímpeto das militâncias em estados-chaves para a campanha presidencial. Por isso, a prioridade foi decidir os rumos da sucessão em Minas Gerais, o segundo maior colégio eleitoral do país.
Em uma série de reuniões que tomaram a segunda-feira, petistas e peemedebistas bateram o martelo para lançar o senador Hélio Costa (PMDB-MG) para o governo mineiro e o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel (PT) para o Senado. Os políticos se digladiaram na última semana pela cabeça de chapa. Os petistas saíram de cena em prol da aliança. “A decisão em Minas era um dos eixos a nortear a decisão nacional. Esse palanque é importante para que a ex-ministra Dilma Rousseff consiga vencer no estado”, admitiu Dutra.
Embarque
Para evitar arestas ainda maiores do que as resultantes do acordo em Minas, PT e PMDB devem correr para fechar acordos nos últimos cinco estados indefinidos. Em pelo menos um deles, o Maranhão, a possibilidade de intervenção é real. A candidata à reeleição Roseana Sarney (PMDB) pressiona pelo apoio dos petistas. Em decisão estadual, o PT decidiu embarcar na campanha do deputado federal Flávio Dino (PCdoB-MA). “Nossa defesa é o respeito à autonomia dos estados. Foi feito um encontro, dentro da lei, e o PT decidiu nos apoiar”, ressalta Dino. A resposta para o nó maranhense deve ser anunciada na sexta.
No Pará e no Ceará, as arestas se localizam na disputa pelo Senado. Descontente com a participação do partido no governo de Ana Júlia (PT), o candidato ao Senado Jader Barbalho (PMDB) deve capitanear a escolha de um nome próprio do partido para a sucessão. No Ceará, o candidato ao Senado Eunício Oliveira (PMDB) quer a retirada da pré-candidatura de José Pimentel (PT). Com uma disputa acirrada com o candidato tucano Tasso Jereissati (PSDB), Eunício teme perder a eleição para Pimentel.
No Paraná e em Santa Catarina, o acordo vai de provável a praticamente impossível. Os petistas paranaenses tentaram inflar a pré-candidatura de Osmar Dias (PDT) ao governo, mas o pedetista deve comprar bilhete para atravessar as eleições como candidato à reeleição no Senado, aliado aos tucanos. Restaria ao PT se aliar ao atual governador, Orlando Pessuti (PMDB). O peemedebista exige que a pré-candidata petista ao Senado, Gleisi Hoffmann, ocupe a vaga de vice na chapa — mesma exigência já feita por Dias. Ela reluta a fechar um acordo, mas pode ceder aos apelos do diretório nacional.
Em Santa Catarina, a senadora Ideli Salvatti (PT) é o nome dos petistas para o governo. No estado, a aliança com o PMDB é dada como perdida. O caminho mais provável é de que a legenda feche acordo com PSDB e DEM. A tríplice aliança escolheria um nome entre Leonel Pavan (PSDB), Raimundo Colombo (DEM) e Eduardo Moreira (PMDB), para ocupar a cabeça de chapa. Os outros dois ficariam com a vice e com o posto ao Senado.
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