Não passa de factóide o acordo com a Direção Nacional anunciado pelo deputado Domingos Dutra (PT), motivo alegado por ele para encerrar a greve de fome. Não existe acordo algum para que seu grupo fique liberado para apoiar o comunista Flávio Dino (PCdoB). A informação é de dirigentes do PT do Maranhão. O que existiu, segundo eles, foi um acerto do deputado e os colegas Geraldo Magela (PT-DF) e Fernado Ferro (PT-PE), da mesma tendência, no sentido dele e Manoel da Conceição acabarem com a greve de fome. O diretório é a instância soberana sobre a questão é lá não há decisão alguma nesse sentido
Segundo as fontes do blog, essa foi na verdade a “desculpa” que Dutra (foto) encontrou para encerrar o movimento. Coligado oficialmente com o PMDB, os petistas são obrigados a seguir a aliança. Não podem ocupar o horário eleitoral e ter em seu material impresso o nome de outros candidatos.
A questão fica mais clara nesta entrevista do presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra. Ele é claro: a coligção PT/PMDB no Maranhão é “irreversível”. Por conta disso, o Dutra maranhense não deve ser candidato. Deve lançar a mulher Núbia. Ela foi filiada ao PSDB e hoje estaria abrigada no PDT. Abaixo, os trechos da entrevista de Eduardo Dutra onde é tratada a questão do Maranhão (veja a íntegra aqui):
Pergunta – O Sr. não fez referência ao caso do Maranhão. Eu gostaria de saber como o Partido vai resolver essa questão que ganhou repercussão com a greve de fome do deputado Domingos Dutra? O Manoel da Conceição suspendeu hoje a greve de fome.
José Edudardo Dutra – Historicamente, o PT do Maranhão é um partido dividido. Não é fato que o Diretório Nacional tomou posição contra o PT do Maranhão. O que há de fato é um partido absolutamente dividido, em que o encontro estadual deliberou o apoio a Flávio Dino por dois votos e o diretório estadual deliberou por maioria também participar do governo da Roseana Sarney. São duas posições antagônicas. O Diretório Nacional teve toda legitimidade para tomar a posição que tomou, mesmo porque foi respaldado pelo Congresso Nacional do PT, que decidiu que o Diretório Nacional deliberaria sobre a posição do Maranhão. Mas sem qualquer ilusão de que vamos unificar o Partido no Maranhão. Nós sabemos que aquelas pessoas que defendiam o apoio ao Flávio Dino, vão continuar defendendo o Flávio Dino. Na eleição para prefeito, o PT se coligou com o PCdoB, apoiou o Flávio Dino, e o Domingos Dutra apoiou o João Castelo, do PSDB, numa demonstração clara de que no Maranhão não há, de um lado guardiões da ética e, do outro, os que querem solapar essa ética. O deputado Domingos Dutra é useiro e vezeiro em não respeitar a posição do PT do Maranhão. O que não significa que a candidata Dilma não reconheça que a candidatura de Flávio Dino também seja palanque dela. Eu, ontem, na convenção nacional do PCdoB, deixei isso claro, a partir do momento que a gente fechar as coligações todas, o conselho político que já existe, formado por representantes de todos os partidos políticos, vai se debruçar sobre o mapa do Brasil e a posição que o PT vai levar e eu como coordenador da campanha vou levar é que a Dilma tem que considerar como palanque dela todos os palanques dos estados que se propuserem a defendê-la, independente do PT estar no palanque ou não. Mesmo porque, existe exemplo de vários outros estados. No RJ, o PT está coligado com o PMDB, mas tem o palanque do Garotinho que vai apoiar a Dilma. Na Bahia, o PT tem candidato e o PMDB tem outro e a candidatura da Dilma vai ser apoiada pelos dois…
Pergunta – Então a posição da Executiva Nacional no Maranhão será mantida?
José Eduardo Dutra – Será mantida. É uma posição irreversível, o PT vai se coligar com o PMDB. Mas você não pode confundir posição do PT com a decisão da candidata.
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