O PT, PPS, PSDB e PCdoB, que em 2006 formaram a “Frente de Libertação do Maranhão”, deixaram o ex-governador Jackson Lago (PDT) falando sozinho nesta sexta-feira em evento em que ele “comemorou” um ano de sua cassação. Além dos partidos, nenhum prefeito foi visto no evento. Jackson só citou os vice-prefeitos de Imperatriz, Jean Carlos, e de Presidente Dutra, José Nunes Martins, o Zezão, ambos do PDT.
Marcelo Tavares, Jackson e Zé Reinaldo: só lamúrias
Balaios de proa do “Governo da Libertação” e o ex-líder do governo Edivaldo Holanda (PTC) também não comparecerem. Alegaram que o evento estava sendo organizado pelo pessoal de sempre: os ex-secretários Aziz Santos (Planejamento) e Weverton Rocha (Esporte e Juventude).
O único tucano presente foi o ministro aposentado Edison Vidigal, recém filiado ao partido. Jackson e o ex-governador José Reinaldo (PSB) ainda ligaram insistemente para o deputado Roberto Rocha e o prefeito de São Luís, João Castelo (PSDB), mas eles deram uma desculpa qualquer e não compareceram.
O governador cassado não conseguiu esconder o desânimo. Leu um discurso, a maioria do tempo de cabeça baixa. Chegou mesmo a cochilar durante a fala dos outros oradores. O auditório estava lotado de militantes levados em ônibus fretados (veja foto abaixo).
“Não há democracia sem Judiciário livre”, lamentou-se Jackson, citando a frase famosa – “Não ha democracia sem Parlamento livre”- do presidente do Senado, José Sarney (PMSB), inscrita na Assembleia Legislativa. Classificou como “golpe baixo” e “golpe do judiciário” a decisão do TSE que comprovou o desvio de recursos públicos para sua campanha em 2006.
Segundo o pedetista, o evento foi um ato de “celebração para reafirmar nossa união”. As ausências mostraram bem de qual união Jackson se referia. O ex-governador também foi claro sobre o verdadeiro motivo de sua natimorta candidatura ao Governo do Estado. “Não perdi a noção da honra que herdei de meus pais. O sentido de estarmos aqui é de lavar a alma”, declarou.
Completou falando de seu estado de saúde. “Aqui estou eu, me permitam uma reflexão pessoal, marcado pelas rugas do tempo, açoitado no enfrentamento de doença, graças a Deus em franca recuperação.”
O PSB, através do presidente da Assembleia, Marcelo Tavares, e do tio, José Reinaldo, que no final de semana estavam celebrando aliança com o PCdoB, parecem já terem virado a casaca. “A candidatura de Jackson é natural porque o mandato é dele. Sem Jackson ninguém fara mudança no Maranhão”, declarou Marcelo. Ele acusou o golpe em relação aos ex-colegas ausentes. “Muitos daqueles que estavam conosco não estão mais. Padecemos em quantidade, mas nada em qualidade.”
Já José Reinaldo passou o tempo todo contando piadas. Disse que seu governo foi o melhor do mundo. Assegurou ter descoberto o verdadeiro motivo do Moto Clube, time por qual torce, estar em situação difícil. “Estava assistindo o Bom Dia Mirante e vi o patrocínio do time: ‘Governo do Maranhão, de volta ao trabalho’. Está aí o motivo.”
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