Lembro o dia em que a Praia Grande, literalmente revitalizada, foi entregue à população. Como era agradável passear pela região e dizer como é lindo e representativo esse investimento. Era uma festa que reunia pobres, ricos, negros, brancos, jovens e idosos, turistas brasileiros e gringos para festejar a beleza arquitetônica dos casarões e os azulejos trazidos de Portugal, que fizeram do local um dos mais importantes da América Latina, quiçá do mundo, pela suntuosidade. Um belo presépio, que com o passar do tempo virou um mix do abandono. São Luís cresceu, a população também, os problemas aumentaram e juntos uma falta de visão em tentar entender o significado do conglomerado de casarões da Praia Grande.
Infelizmente, não deu tempo de colher algumas imagens da atual situação em que se encontra a área. Mas, as minhas palavras refletem o retrato do descaso e do caos vivenciados por quem freqüenta diariamente para trabalhar e quem escolheu o local para se divertir nos fins de semana.
Eu vi com os meus ‘Olhinhos de Jesus Tristinho” um homem sem noção de cidadania jogando uma garrafa de água mineral no chão e com aquela concepção de que tinha alguém para passar por lá e limpar a sujeira deixada por ele. Isso é apenas o começo, pois já vi não só um mais milhares de criaturas acéfalas fazendo xixi no chão, transformando o patrimônio da humanidade em banheiro público. Ah, não podia esquecer
o cenário degradante, ou seja, os mendigos, viciados em drogas e delinqüentes. Eles escolheram a Praia Grande para viver e ali cometer as suas sandices aproveitando a insegurança e o ‘blackout’, ‘apagão’, ou a escuridão, promovida por quem se omite em manter a cidade, especialmente uma área considerada fonte de renda, sem energia elétrica por vários dias.
Em meio a tanta turbulência, tem carro já circulando pelos paralelepípedos e sem esquecer a poluição sonora. A falta de fiscalização é tamanha que alguns empresários que atuam no local se sentem os verdadeiros donos. Eles desrespeitam a ordem pública e patrocinam uma confusão musical a fazer mal aos ouvidos de quem apenas está buscando um lazer saudável.
O que não se pode deixar de lado, que a Praia Grande é viável. Ele faz o diferencial para nós e quem de vem de fora, pois estamos diante de um lugar singular e híbrido culturalmente. Tudo é viável ali. De um restaurante, bar, hotel, ou franchising dos mais sofisticados ao mais singelos. Dar vida aquele lugar é o essencial. O que não pode é perder a originalidade.
Enfim, precisamos tirar a Praia Grande da condição do abandono. Em primeiro lugar, rompendo com a barreira do preconceito infiltrada nas cabeças de alguns mauricinhos, patricinhas, emergentes, megalomaníacos e de revolucionários que ainda acreditam que o comunismo salva e amedronta criança. Um outro passo seria criar uma consciência de todos que um lugar tão precioso não pode se transformar em um hospício dos ‘loucos sem alma’.
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