Marco Aurélio d\’Eça » Blog Archive » A cegueira da Hipocrisia: "por Michael Mesquita
Estamos vivendo o surto da moralidade. E de repente, o Sarney virou o vilão do Brasil. E de repente descobriu-se que (oh!) senadores pedem empregos para seus… ‘parentes’. Repentinamente, não mais, deparamo-nos com a ‘surpresa’ dos colegas senadores de Sarney (este, inclusive e aparentemente, o único que teria parentes abrigados por lá).
Aliás, não mais que de repente, descobre-se que assessores não comparecem aos seus gabinetes para trabalhar, principalmente os que são apadrinhados (muito embora seja difícil imaginar algum que não seja).
É, de fato, surpreendente, perceber que as traquinagens que sabemos há anos, e criticamos há anos, venham à tona de repente e tudo culpa de um único homem. Mas é estranho também imaginar que ele seja o inventor disso tudo, o criador dos cabides, o mal-feitor da senzala. Ah, a senzala, aqui ‘representada’ pelos estados do Maranhão e Amapá.
Deixemos bem claro que o surto de moralidade não é da nossa parte (povo), mas de segmentos da mídia e de colegas do senador amapaense.
Fico a pensar sobre como, de repente, e não mais, todos os outros senadores, ex-senadores, ex-presidentes da casa, tenham tido tamanha ‘distração’ e nunca perceberam essas ‘pequeninas’ mazelas e ‘nuanças’ que cercam a sorrateira tríade “política X emprego público X troca de favores”. Deixa-nos ainda mais estarrecidos a falta de ‘traquejo’ dos outros senadores, em deixar passar deslizes, outrora insignificantes, agora escandalosos.
Estamos então defendendo tudo isso? Absolutamente. Abominamos, até. Mas tudo pode ser visto pelo prisma que convém. Interesses, política, leviandade, e quando se tem tais ópticas disponíveis, surgem os aproveitadores. Aqueles à espreita de uma queda do inimigo (antes amigo).
Louva-se aqui, em planos locais, o JP, que mostra tais acontecimentos há décadas e, de tanto ouvirmos, inevitavelmente ligamos os fatos relatados à ideologia política. E política não se discute.
E, de repente, não mais que de repente, meios de comunicação poderosos descobrem que o Sarney, antes endeusado pelos mesmos meios, agora á uma criatura vil e rasteira, culpada pelo câncer da corrupção e do show de irregularidades existente hoje no senado.
Como diria então o ilustre titular do blog, é o tal estrabismo político.
Convido então, as cabeças mais abertas, a parar um pouco e pensar sobre esse grande circo armado em nossas salas.
Seria então uma novidade pra eles (imprensa e senadores) tais práticas. Se são irregulares, por que persistem até hoje? Observamos então que, o que menos interessa nisso tudo, é o povo.
Não, essas notícias não têm o interesse de informá-los sobre o que vocês já sabem. É algo maior. E aqui não interessa se é Sarney ou se não é.
A subjectividade e a persuasão são coisas perigosamente fantásticas, ainda mais embebidas de interesses que, repito, NÃO são o bem comum. Sem hipocrisias. Abominável, de fato, o conjunto da obra, mas há de buscar perceber qual o real objetivo disso tudo.
Aliás, é tão claro que chega a cegar. Ah, seria essa então a explicação. Ou não?
*Michael Mesquita - formado em Rádio e TV pela UFMA, Servidor Público (concursado), sem partido político.
*Transcrito do blog de Itevaldo Júnior"
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